Mercedes 190 - por razaoautomovel.com

Porque nem só de grandes desportivos se faz a história, hoje dedicamos a rubrica “Máquina do Passado” a uma espécie diferente.

Nesta rubrica das “Máquinas do Passado”, falaremos de um carro que pela sua durabilidade, design e inovação merece um lugar de destaque no Olimpo dos Automóveis. Falo – como já adivinharam pelas fotos…- do Mercedes 190, também conhecido por W201.

Devo dizer que sempre que vejo um Mercedes 190 gosto de pensar que ele é o resultado de um cruzamento muito bem sucedido entre um sofá de sala, um carro convencional, um tanque de guerra e um relógio suíço. Na verdade, não sei qual é a história por detrás da criação desta berlina, mas para mim, foi assim que o «dito cujo» nasceu: desta mixórdia.

Se Deus quiser, será esta leitura histórica que hei-de transmitir aos meus netos daqui por muitos anos. E sou capaz de apostar convosco que quando esse dia chegar ainda andarão alguns Mercedes 190 pelas nossas estradas… a fazer a rodagem! Reza a lenda – alimentada pelas várias tribos de taxistas que povoam o nosso país – que os 190 só acabam de fazer a rodagem lá para o milhão de km. Até lá, no problem!



Mas para além desta minha versão, há outra muito menos plausível – como é óbvio… que diz que o Mercedes 190 é o resultado de vários anos de estudo e de pesquisa intensiva. Segundo essas pessoas, corria o ano de 1976, quando a toda poderosa Mercedes-Benz começou a olhar com preocupação, para uma ainda aspirante a marca de luxo, chamada BMW.

Essa preocupação tinha um nome: E21. Ou se preferirem BMW SERIE 3. Uma berlina que conservava todas as qualidades dos carros de luxo do segmento superior, mas que tinha umas dimensões mais comedidas. E qual não foi o espanto da Mercedes quando descobriu que mercado até estava receptivo a pagar (e bem!) por um carro com estas características. Foi um abalo tremendo na consciência que a marca tinha daquilo que o mercado queria. Afinal de contas nem toda a gente queria um “salão de baile” com rodas. Algo mais pequeno mas igualmente bom também servia…



Foi por isso que entre 1976 e 1982 a marca alemã não parou dia e noite, enquanto não finalizou a resposta à rival BMW. Em 1983 foi finalmente lançado o contra-ataque: nascia o Mercedes 190. Apelidado na altura de “baby-mercedes”, era um carro que, pese embora o aspecto conservador, era revolucionário para a época. Representava uma completa mudança de paradigma para a marca da estrela: Foi o primeiro Mercedes a dispensar as dimensões XXL; a não fazer uso intensivo de cromados por toda a carroçaria; e a inaugurar uma nova linguagem estilística.

Foi também o primeiro carro do segmento a montar uma suspensão multi-link no eixo traseiro, e o primeiro Mercedes a recorrer a uma suspensão McPherson na dianteira. Só isto diz muito do empenho da marca em criar algo inovador. E conseguiu isso sem beliscar os valores que guiavam a marca na década de 80: conforto, fiabilidade, tradição e imagem.



Na parte mecânica, foram vários os motores que habitaram o capot do W201 durante os 11 anos que esteve no ativo. Desde o mais conservador 2000cc diesel de 75cv que ainda hoje anima muitos dos táxis que circulam em Lisboa, até ao mais exótico e perfomante motor 2300cc a gasolina preparado pela Cosworth (o primeiro motor de 16 válvulas da mercedes)! Se por esta altura já estão a pensar que me esqueci das versões Evo I, Evo II e 3.2 AMG, fiquem a saber que esses “meninos terríveis” vão ser alvo de um tratamento especial.

Apesar das diferenças de rendimento, todos os motores tinham um denominador comum: a fiabilidade à prova de bala. No interior, o ambiente era marcadamente Mercedes-Benz. Materiais da melhor qualidade, sempre acompanhados pelo típico rigor germânico na montagem e nos detalhes. Campo onde o 190 deixava algo a desejar era na ergonomia. O volante tinha dimensões mais próprias para um navio e o espaço nos lugares traseiros não abundava.



No campo dinâmico, apesar de toda a tecnologia empregue no desenvolvimento da suspensão e do chassi (foi a primeira vez que a Mercedes recorreu a programas informáticos) não se pode esperar muito de uma berlina familiar dos anos 80. Cumpria com zelo e diligência todas as solicitações normais do dia-a-dia, mas nada de grandes aventuras por estradas de montanha. A direção muito desmultiplicada, em conjunto com a tracção traseira e umas suspensões talhadas para passeios ao fim da tarde, não faziam milagres.



No fundo a Mercedes foi bastante humilde quando projectou o W201, só quis que ele fosse o melhor naquilo que tinha de ser mesmo bom: conforto, fiabilidade, imagem e inovação. Conseguiu! Pelo menos é isso que dizem as 3 milhões de unidades vendidas.



Fonte

A maquinaria tambem conhecida como baby benz hehe
E ate é se pensarmos bem

Gotex escreveu:

Reza a lenda – alimentada pelas várias tribos de taxistas que povoam o nosso país – que os 190 só acabam de fazer a rodagem lá para o milhão de km. Até lá, no problem!



Fonte

Ou nao.
Eu a cerca de 4 anos ia num taxi 190 e olhei para o painel de instrumentos e li la 20 e tal mil quilometros e fiquei naquela e estranhei. "um carro tao antigo com tantos poucos quilometros? Nao pode"
Ai eu perguntei ao taxista porque é que tinha tao poucos quilimetros ele começou-se a rir e disseme que nao tinha. o conta km ja tinha dado a volta 2 vezes ja tava na 3. ou seja 2 milhoes e 20 tal mil.
Incrivel ele disseme que so aos 700 mil é que começou a dar graves problemas. Antes disso é so os problemas normais. Uma fuga de oleo aqui e outra ali. Reparado num rapido. Um problema aqui e outro ali mas nada de mais. Simples.

2 milhões e 20 e tal mil?!! Wow!

Ate eu me passei e se nao me engana o carro ainda anda em Viana. Mas ja nao é taxi

Eddy Lloyd escreveu:Ate eu me passei e se nao me engana o carro ainda anda em Viana. Mas ja nao é taxi

Ainda?
Bem fixe!

Pois é.